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quarta-feira, 30 de junho de 2010


África do Sul um pequeno País uma Grande História

Estamos vivendo um momento mágico para os amantes do futebol, a Copa do Mundo que tem como sede nesta edição a África do Sul. Mas o que sabemos sobre este País de paisagem exuberante, fauna e flora ricas e de tantas injustiças sociais? Pena ser pouco o espaço para tanta informação, mas vejamos algumas mais importantes. O que se sabe sobre o habitante mais antigo do território que mais tarde seria chamado de África do Sul vem de teorias de antropólogos, que o chamam de hominídeo, precursor de espécies mais evoluídas como o homo habilis, homo erectus e homo sapiens. Em 1947, fósseis de hominídeos de três milhões de anos de idade foram descobertos nas cavernas Sterkenfontein Caves, perto de Krugersdorf, a oeste de Johanesburgo.
O homem moderno apareceu no cenário há três mil anos. O povo africano Khoisan, que vivia na região norte de Botsuana, abriu mão da caça para criar gado, atividade que os outros africanos já estavam aprendendo. Eles chamavam a si mesmos de Khoikhoi, o significa homens dos homens, e se referiam aos que permaneceram caçadores como San. Não havia fronteiras naquela época e os dois grupos, Khoikhoi e San, povoaram as terras.
Os primeiros navegadores europeus, portugueses principalmente, chegaram à África do Sul no século XV. Diogo Cão alcançou à costa sul-africana em 1485 e em 1488 foi à vez de Bartolomeu Dias.
Em 1652, quando a Companhia das Índias holandesa se instalou permanentemente na Cidade do Cabo, a colonização não estava em primeiro plano. O navegador português Bartolomeu Dias tinha dado a volta na região do Cabo e chegado a Mossel Bay em 1488, enquanto outro explorador português, Vasco da Gama, tinha descoberto a rota para a Índia, passando pelo Cabo, em 1497. Como a Cidade do Cabo era um porto conveniente para quem vinham e iam para o ocidente, os holandeses enviaram o comandante Jan van Riebeeck para o local, onde ele se desentendeu com os Khoikhois. Ele declarou guerra ao povo Khoikhoi e aprisionou seus líderes em Robben Island, dando início ao período histórico de colonização. Os primeiros colonizadores brancos levavam suas vidas em pequenas fazendas na Cidade do Cabo, onde se alimentavam de carne e bebiam vinho.
As colônias se espalharam pelas montanhas e chegaram rapidamente aos pastos secos do interior. Em 1688, os Hughenots, um grupo de 220 protestantes franceses que tentavam escapar da perseguição religiosa, chegaram ao território e introduziram os conhecimentos para o cultivo da uva.
A História do país, propriamente dita, começa no século XVII com a ocupação permanente da região do Cabo da Boa Esperança pelos holandeses. Em 1909, a União das Colônias Britânicas de Cabo, Natal, Transval e Orange River origina a nação da África do Sul. De 1948 a 1993/1994, a estrutura política e social é baseada no Apartheid, o sistema legalizado de discriminação racial que manteve o domínio da minoria branca nos campos político, econômico e social.
Em 1983, é adotada uma nova Constituição que garante uma política de direitos limitados às minorias asiáticas, mas continua a excluir os negros do exercício dos direitos políticos e civis. A maioria negra, portanto, não tem direito de voto nem representação parlamentar. O partido branco dominante, durante a era do Apartheid, é o Partido Nacional, enquanto a principal organização política negra é o Congresso Nacional Africano (ANC), que durante quase cinquenta anos foi considerado ilegal.
Mais tarde, em 1990, sob a liderança do presidente F. W. de Klerk, o Governo sul-africano começa a desmantelar o sistema do Apartheid, libertando Nelson Mandela, líder do ANC, e aceitando legalizar esta organização, bem como outras anti-Apartheid. Em 1993, o Governo e a oposição negra acordam nos mecanismos que garantam a transição para um sistema político não discriminatório. É criado um comitê executivo intermediário, com maioria negra, para supervisionar as primeiras eleições multipartidárias e multirraciais que garantam o fim do Apartheid.
Em Abril de 1994, fazem-se eleições multirraciais para o novo Parlamento o ANC ganha às eleições e Nelson Mandela, formando um Governo de unidade nacional, torna-se o primeiro Presidente sul-africano negro. Em 2004, ano em que Thabo Mbeki completou cinco anos como sucessor de Nelson Mandela, o Presidente da República da África do Sul prometeu acabar com toda a violência de caráter político que ainda possa existir no país. Torcemos por isso.

Nilton Carvalho é cabeleireiro, professor, teólogo, historiador e pós-graduado em educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás-(PUC). ndc30@hotmail.com; http://historiaeculturandc.blogspot.com/