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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Divorciados e felizes

O estado civil é um estado que não conta para a nossa realização ou não realização. O estado de espírito, esse sim é importante. O estado de espírito com que encaramos o nosso dia a dia, o estado de espírito com que enfrentamos os novos desafios, enfim, o estado de espírito que decidimos adotar para sermos nós próprios, quiçá, muitas vezes, pela primeira vez, podermos ser donos e senhores do nosso destino. A família é uma instituição muito flexível e um lar pode ser construído e constituído até por um único membro, óbvio que a parceria, a cumplicidade, a amizade, o encanto e a magia do ato conjugal e tudo que envolve a sexualidade é indescritivelmente prazeroso quando se é feliz e quando tudo vai bem. Contudo, quando chegam às nuvens negras e o casamento acaba não é o fim de nossas vidas.
Creio no casamento para sempre, mas creio também que ninguém nasceu para viver o martírio da infelicidade eterna em um tenebroso casamento. O matrimônio é feito e edificado sobre a égide do amor, do diálogo, do prazer e da cumplicidade, faltando isto e não havendo mais possibilidades de restauração já esgotadas todas as tentativas, então o inevitável acontece. Vem a separação e a quebra da aliança matrimonial. E em muitos casos isso é o melhor, pois podemos está falando de traições, agressões e sérios desentendimentos. Como disse certo poeta o casamento é a única coisa que pode fazer com que inimigos habitem a mesma casa. Mas, até quando? O casamento é uma benção divina, creio nisso, mas quando é uma benção mesmo.
Há vida depois do "fim do mundo" (e não é nada má!), é como se o mundo tivesse acabado que muitos enfrentam o divórcio. Os números não param de subir, mais de um em cada quatro casamentos terminam em divórcio, e o aumento das taxas de divórcio tem sido, nos últimos anos, estrondoso. O que fará com que o divórcio, citado como um dos acontecimentos mais negativamente marcantes na vida de alguém seja cada vez mais a saída? Poderemos atuar no sentido de prevenir o crescimento destas taxas? Sim, poderemos desde que tratemos a constituição de uma família como algo sério e para sempre e, não, o divórcio não é a melhor opção desde que haja amor, fidelidade e respeito. Os problemas poderão ser sanados é só buscar ajuda especializada em cursos, encontros e orientações matrimoniais. Mas se nada deu certo e o produto disso tudo foi o divórcio a vida não acaba ai, dá pra ser feliz e recomeçar de novo. Tanto homem quanto mulher podem sim encontrar a felicidade e o prazer de ter uma nova família.
Portanto, dá sim para ser feliz e divorciado, para tal é necessário três coisas básicas a primeira é perdoar o ex-cônjuge, a segunda é acreditar que você é capaz de fazer alguém feliz sendo feliz também, a última é não anular o ex-parceiro/parceira (exceto se há violência envolvida ai é outra orientação), ele/ela fará para sempre parte de sua vida se tiverem tido filhos, poderá continuar amando seus parentes e se relacionando com eles e com seus amigos, isso não diminuirá sua eficiência e afetividade em seu novo relacionamento. A amizade, o perdão e a boa convivência são fundamentais para a felicidade pós-divórcio.
Por fim, a felicidade pós-divórcio depende de nós mesmos e não dos outros. Ser feliz é um modo de pensar e de sentir é um estado de espírito. Quem não se sente feliz, basta mudar seu modo de pensar, de sentir e de agir e toda a tempestade passará. Assim nossas vidas mudarão em todos os sentidos. A mudança será para nossa felicidade, devemos, pois, trabalhar para eliminarmos as coisas que nos causam infelicidades e angustias tudo dependerá de nosso enfoque, passando pelo perdão e acreditando em tudo novo. Dá para ser feliz sim.
Professor Nilton Carvalho é teólogo, historiador e pós-graduado em educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás-(PUC). ndc30@hotmail.com; http://historiaeculturandc.blogspot.com/; http://reformaortografica2009puc.blogspot.com