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quinta-feira, 4 de agosto de 2011



Amy Winehouse, exemplo de maus exemplos

Todo ser humano por mais frio que seja sente de certa forma a dor da perda de outro ser humano, mesmo quando este não é seu parente. E se for uma celebridade a dor é bem maior, é semelhante à dor de uma pessoa querida, óbvio que não na mesma intensidade, mas principalmente quando se trata de uma celebridade tão jovem. No Brasil e no mundo já tivemos vários exemplos de pessoas famosas que ainda muito jovens faleceram, umas por causa de doenças mortais, outras por acidentes aéreos e de transito, ainda outras por overdose de drogas e medicamentos, ou assassinadas.
   Exemplos que se podem citar de mortes prematuras são:  Bob Marley, John Lennon, Kurt Cobain, Cássia Eller, Cazuza, Che GuevaraElvis Presley, Marilyn MonroeAyrton Senna, Carmem Miranda, Jimi Hendrix, Maysa, Michael Jackson, Renato RussoOs Mamonas Assassinas (Dinho, Julio Rasec, Bento Hinoto, Sérgio Reoli e seu irmão que também fazia parte da banda Samuel Reoli) e outros. Contudo, nem todos podem ser considerados maus exemplos, muitos aqui citados representavam esperança política e revolução cultural, devido suas ideologias, porém, alguns representaram o exagero, a ilusão, o desrespeito à vida e à família, esqueceram por completo os valores humanos e religiosos.
   O mau comportamento de alguns “famosos” influencia no comportamento dos seres meramente mortais, isso pode ser percebido no nosso dia-a-dia, na nossa rotina normal como no transito, no supermercado, no trabalho e em casa.  É gente procurando “se dar bem” a qualquer custo, mesmo que para tal outros seres humanos sejam prejudicados, são pessoas indisciplinadas, mentirosas, levianas, desumanas, desorganizadas, reacionárias, amorais e imorais, doentes psicossomáticas, inercias, individualistas, preconceituosas, mas negam, e tantas outras que se poderia enumerar que tornam nossas vidas bem piores do que já são.
   E o ruim disso tudo é que a mídia supervaloriza os casos, mostra a realidade deles como atos heroicos, tudo bem que ninguém é perfeito. Mas todas as nossas atitudes devem ser buscando o bem estar coletivo, o que não pode ser percebido por famosos que não se comportam positivamente. A mesma mídia que prega hipocritamente o valor à vida, à liberdade e democracia é a mesma que destrói e difama o famoso que sai com travestis.
   No caso de Amy Winehouse, não foi diferente a mídia só piorou a curta e desastrosa vida da moça. Quando ela errava momento nenhum a mídia a reprovava com orientações para melhoramento em seu comportamento, mas como uma criança que faz algo errado por inocência era tratada. Isso fazia com que ela se sentisse uma celebridade e um referencial, só não falaram para ela que ela era mortal e que estava contribuindo para a destruição de várias vidas prematuramente ao redor do mundo. Não se quer aqui tripudiar com a morte da cantora, todavia o que se quer é mostrar como ela em vida não deu valor ao seu maior bem, a sua saúde, ou seja, a sua própria e única vida neste plano que conhecemos. Ela poderia ter usado sua influencia para obras sociais, para humanizar mais o ser humano tão desumanizado e agregado a valores torpes. Resta aqui toda solidariedade e pêsames à sua família enlutada e que seus familiares possam fazer algo para que outros jovens influenciados per Amy não venham ter o mesmo fim que ela.
A coisa é tão séria que uma das homenagens do programa “Fantástico” a Amy Winehouse, fez a Rede Globo ser notificada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal de São Paulo. No domingo, o programa mostrou fãs, inclusive menores de idade, cantando e imitando os porres da cantora. O procurador Jefferson Aparecido Dias pediu que a emissora fornecesse os dados das adolescentes que aparecem no quadro, em especial os da jovem que simula portar bebida alcoólica e cigarro. Solicitou também cópia do alvará que autorizou a participação delas nas cenas exibidas pelo Programa (Fonte: noticiasdatvbrasil.wordpress.com). Procurada, a Rede Globo, que tem dez dias para esclarecer, não respondeu à imprensa, o motivo é óbvio, suas respostas levantariam mais polemicas ainda, haja vista, esta emissora não primar por aquilo que é mais sagrado a liberdade com bom senso, contudo ela dita normas e tendências alienando aqueles que já são predispostos ao erro.
   Por fim, a vida de Amy tornara-se um folhetim para encher revistas de mexericos, alimentando a mente daqueles que gostam de desgraças. Desacatos conjugais e algumas detenções, entre várias tentativas de cura e recaídas, intercaladas por concertos intermitentes, muitos deles espetáculos tragicómicos, em que aparecia de voz e figura consumidas, como que um fantasma da imagem e voz que a deram a conhecer ao público. A decadência vinha-se acentuando, focos talvez demasiado fortes para alguém que soube fazer das fraquezas forças no álbum-catarse Back to Black seu maior legado, mas que nunca conseguiu lidar com a pressão da fama nem ultrapassar os vícios que a viriam a destruir; a letra de “Rehab” (“i said no, no, no”) falou sempre mais alto.             


   Professor Nilton Carvalho é Historiador, Especialista em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Teólogo e mestrando em Ciências da Religião.
ndc30@hotmail.com  Twitter: @profnilton07