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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Fui vítima de abuso e preconceito religioso e político-partidário


Fui vítima de abuso e preconceito religioso e político-partidário
É triste, muito triste que em pleno século XXI, qualquer um de nós seja vítima de qualquer espécie de preconceito ou intolerância, quer seja racial, política, sexual ou religiosa, em fim, discriminação por qualquer que seja sua consciência, orientação, preferência etc., desde o século XV, as conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo e também, a cultura na Europa, este rico contato trouxe ao ocidente várias diversidades culturais que associados aos valores greco-romanos que afloravam no velho continente naquele momento, vêm desde então dando aos dias atuais a sensação de liberdade e ao mesmo tempo, a sensação de que ainda estamos na Idade Média.
Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas, devido o advento do capitalismo associado ao protestantismo, é bom lembrar que a religião sempre esteve intimamente ligada aos sistemas econômicos e aos modos de produção ao longo da história da humanidade. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, atores, filósofos etc. e isso vêm desde então sendo praticado. Hoje, tanto Estado quando iniciativas privadas investem em cultura, política, esporte, arte e religião.
Os governantes europeus a partir do século XV e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam algo muito comum hoje em dia, com certos setores da imprensa brasileira. Neste período, eram muito comuns as famílias nobres, encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas. Essa era uma maneira peculiar de manipular, comprar e tornar cativa a vontade do artista.
Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento cultural.
Para quem não sabe; nós somos frutos deste renascimento, por isso diria “sejam bem vindos à civilização greco-romana.” Mas uma pergunta é preciso: Onde está o nosso renascimento cultural se ainda não somos capazes de conviver com a diferença e com o diferente? É o que quero falar a partir de agora. O preconceito é uma idéia ou uma opinião negativa sobre um grupo de pessoas ou sobre determinado assunto, formada de modo precipitado, sem conhecimento profundo e reflexão necessária.
O preconceito leva à discriminação, à exclusão e à violência. A discriminação é o tratamento desigual às pessoas com direitos iguais, negando a elas as mesmas oportunidades. Uma discriminação pode ser sofrida por minorias étnicas, religiosas, grupos de tradições nacionais e culturais, ideologias políticas etc. a discriminação pode ser também, dirigida a idosos, mulheres, pessoas pobres, deficientes e de diferentes orientações sexuais. O pensamento preconceituoso e as atitudes de discriminação revelam e acentuam as desigualdades entre as pessoas. E, por isso, combater o preconceito e a discriminação é ajudar a construir uma sociedade democrática e igualitária, em que a felicidade coletiva seja uma realidade possível. A Constituição Federal, a lei máxima em nosso país, afirma que todos nós somos iguais perante a lei, não sendo admitidos preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, ou quaisquer outras formas de discriminação.
Também existem princípios éticos para prevenir a discriminação. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) dispõe que “toda pessoa tem todos os direitos e liberdades (...), sem distinção alguma de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de qualquer outra índole, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição.” Com certeza, os religiosos que tentaram exorcizar-me por ser evangélico; marxista-heterodoxo e declarar minha preferência política em um almoço familiar dia 12/10/2010 nunca leram tais verdades. Por isso, onde está nosso renascimento cultural?

Professor Nilton Carvalho é cabeleireiro, teólogo, historiador, especialista em educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás-(PUC), mestrando em Ciências da Religião pela Faculdade Teológica Moriah de Niterói-RJ. ndc30@hotmail.com; http://historiaeculturandc.blogspot.com/; http://reformaortografica2009puc.blogspot.com