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domingo, 24 de julho de 2011


O crescimento do mercado da beleza

         Há algum tempo as empresas do segmento de estética e cosmética estão “rindo à toa”. Como diria o grupo de forró Fala Mansa, ou parafrasear um grande amigo e desportista goianiense (da equipe Show de Bola Difusora de nosso competentíssimo Adolfo Campos), “o peito de aço, o melhor gol do Brasil”, Cunha Filho; estas empresas “estão felizes como pinto no lixo”. Contudo, o mercado de cosméticos no Brasil, ao longo de mais de 20 anos, vem crescendo sempre na casa de dois dígitos todos os anos, de maneira consistente e imponente. Mercado que já alcança o segundo lugar do mundo em consumo de shampoos e está ainda em pleno desenvolvimento, pois há anos que as empresas vêm destacando muitos investimentos nesse mercado, e não se fala aqui no mercado de commodities, esse então explodiu (DAVI, 2011).
         Uma pequena citação da Revista Veja do ultimo dia 20/07 na coluna “Sobe” - “Desce” assinada por André Eler dar conta de que “os gastos do brasileiro com tinturas, cortes de cabelos, escovas e tratamentos estéticos em geral, cresceram 44% nos últimos seis anos”. O que chama muito a atenção dos profissionais e empresários da área, por perceberem também o crescimento das especialidades e das melhoras consideráveis na qualidade dos produtos, e serviços oferecidos pelos centros de beleza e estética.
         Esse mercado ainda é muito novo, mas passa por vários pontos importantes, no aspecto de entendimento, pois ainda não atingiu sua maturidade porque se percebe muitos problemas de ordem social que ainda atrapalham o desenvolvimento. Por mais que pareça contraditório, quando se fala de shampoo, metade da nossa população ainda nem "descobriu" o hábito de tomar banho diariamente, por motivos socioeconômicos, educativos, e principalmente por desconhecerem completamente a necessidade de utilização de produtos básicos para a higiene pessoal, como o já citado e outros que se podem enumerar como desodorantes para os pés e axila, cremes hidratantes e dentais, sabonetes íntimos etc. Outro fator, que atrapalha o crescimento, é que não se pode esquecer que nosso povo é latino de raízes judaico/cristã, tem hábitos ainda de padrões machistas, e só de falar em usar esse ou aquele cosmético, pode “comprometer sua masculinidade ou sua honra feminina”, parece loucura, mas há muito isso ainda aqui no Brasil. Mesmo aqueles que já superaram esses traumas ainda não têm o hábito de utilização de cosméticos e tratamentos de beleza.
         Por ultimo, recente pesquisa nas cinco principais capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba) pessoas entrevistadas de 20 a 50 anos foram questionadas de maneira direta quanto ao uso diário de cosméticos, e qual foi à surpresa ou decepção? Comparado com o mercado europeu, o homem brasileiro (dentro da pesquisa) utiliza de 2 a 4 produtos cosméticos por dia, enquanto o europeu utiliza de 10 a 13 produtos/dia. A mulher brasileira também representa um número muito inferior ao europeu, consumindo de 3 a 5 produtos/dia, enquanto a mulher europeia utiliza de 15 a 17 produtos/dia (DAVI, 2011). Apesar de todos os elogios sobre o crescimento do mercado da beleza há muito ainda para crescer neste setor.
Professor Nilton Carvalho é Cabeleireiro, Historiador, Especialista em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Teólogo e mestrando em Ciências da Religião.