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sábado, 2 de maio de 2009



O Conflito Árabe-Israelense

Os conflitos entre árabes e israelenses, como o mundo os vê hoje, começaram com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Até 1917, a Palestina possuía 26 mil quilômetros quadrados, uma população de um milhão de palestinos e 100 mil judeus. A Palestina encontrava-se sob o domínio do Império Turco. Com a derrota dos turcos no conflito mundial, a Palestina passou para o domínio da Inglaterra. Esta se comprometeu a favorecer a criação de um "lar nacional" para os judeus na Palestina. Donde abriu a região à emigração judaica, organizada pelo movimento sionista, que teve no jornalista austríaco Theodor Herzl grande incentivador levando adiante a idéia do sionismo, definido como o movimento nacional de libertação do povo judeu. O sionismo afirma que o povo judeu tem direito ao seu próprio estado, soberano e independente. O nome de Sião - Sion, Zion em hebraico - que é o nome de um monte nos arredores de Jerusalém é um movimento político que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado Judaico, por isso sendo também chamado de nacionalismo judaico.
Porém, em sessão plenária da Assembléia Geral das Nações Unidas; então presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, aprovou-se em 29 de novembro de 1947, por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções, o plano de divisão da Palestina, proposto pela então União Soviética e Estados Unidos a criação de um Estado judeu e outro palestino. O moderno Estado de Israel está situado em um território que já foi conquistado por muitos povos, como por exemplo, assírios, babilônios, persas, gregos, romanos, árabes muçulmanos e turcos otomanos. O país, localizado na costa oriental do Mar Mediterrâneo, é conhecido como a Terra Santa. Todavia, para os judeus, a terra é santa porque lhes foi prometida por Yahweh (YHWH em hebraico, nome próprio do Deus judeu); para os cristãos, porque Jesus, sendo judeu, nasceu e viveu lá; para os muçulmanos, porque Jerusalém é o local da subida do profeta Maomé aos Céus. Em 1948, o estado de Israel foi estabelecido e, desde então, esteve envolvido em guerras e conflitos com seus vizinhos árabes.
À época a Palestina já possuía uma população de 1 milhão e 300 mil palestinos que co-habitavam a terra com cerca de 600 mil judeus. Pelo projeto da ONU, eles seriam divididos em dois Estados: um judeu (com 57% da área) e um palestino (com 43% da área). A proposta foi rechaçada pelos países árabes.
No ano seguinte, chegou ao final o acordo que concedia aos britânicos o domínio sobre a Palestina. Assim que as tropas inglesas se retiraram, foi proclamada a criação do Estado de Israel. O não reconhecimento do novo Estado pela Liga Árabe (Egito, Síria, Líbano, Jordânia) foi o estopim da Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948-1949). O conflito foi vencido pelos judeus que estenderam seus domínios por uma área de 20 mil quilômetros quadrados (75% da superfície da Palestina). O território restante foi ocupado pela Jordânia (anexou a Cisjordânia) e Egito (ocupou a Faixa de Gaza).
A guerra ocasionou a fuga de 900 mil palestinos das áreas incorporadas por Israel. Esse fato gerou o principal ponto do conflito entre árabes e israelenses, a Questão Palestina. Em 1956 explodiu a Segunda Guerra Árabe-Israelense, também conhecida como Guerra do Suez. O motivo foram os choques na fronteira Egito/Israel e a nacionalização do Canal de Suez pelos egípcios. Israel, apoiado pela França e Inglaterra, atacou o Egito e conquistou a península do Sinai. A pressão dos Estados Unidos e da União Soviética fez com que os judeus abandonassem o Sinai e recuassem até a fronteira de 1949. A península foi ocupada por uma força de paz da ONU - o exército brasileiro tomou parte desta força.
O conflito árabe-israelense piorou com a criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, em 1964. Com o objetivo de fundar um Estado palestino, a OLP iniciou uma ação de guerrilha contra Israel para retomar os seus territórios ocupados. Em 1967, com a retirada das tropas da ONU da fronteira Egito/Israel, teve início a Terceira Guerra Árabe-Israelense, conhecida como Guerra dos Seis Dias. Mais uma vez, Israel saiu vitorioso sobre os países árabes (Egito, Síria e Jordânia) e ocupou a faixa de Gaza, a península do Sinai (no Egito), as planícies de Golan (na Síria) e a Cisjordânia (na Jordânia). O êxodo palestino aumentou com mais essa conquista de Israel. Alcançando em 1968 1 milhão e 600 mil refugiados, espalhados pelas vizinhanças árabes da Palestina, era uma tragédia total. Em 1973, Egito e Síria realizaram um ataque simultâneo contra Israel na data religiosa conhecida como Dia do Perdão (Yom Kippur). Os árabes reconquistaram a margem oriental do Canal de Suez. A Guerra do Yom Kippur ou Ramadã para os árabes, como ficou conhecida a Quarta Guerra Árabe-Israelense terminou com uma intervenção dos Estados Unidos. Em 1979, Egito e Israel estabeleceram um acordo de paz. Mas a violência na área seguiu entre OLP e Israel. Vários grupos israelenses e palestinos praticaram atentados mútuos, muitos inocentes morreram de ambos os lados.
Em 1993, após seis meses de negociações, Israel e a OLP chegaram a um primeiro acordo, a princípio sobre uma autonomia palestina transitória. Foi nos EUA que ocorreu o histórico aperto de mãos entre o primeiro-ministro israelense Itzhak Rabin e o chefe da OLP, Yasser Arafat. Em 1995, Itzhak Rabin foi assassinado por um direitista judeu indignado com o acordo com os palestinos. Com a posse de Benjamin Netanyahu como líder de Israel as negociações esfriaram e a violência retornou com mais força. No dia 12 de julho de 2000 iniciaram-se, em Camp David, (o mesmo lugar do acordo de 1979 entre Israel e Egito), nos EUA, mais uma série de negociações entre o primeiro-ministro israelense Ehud Barak e o líder palestino Yasser Arafat. Desde, então, muitas tentativas frustradas de pacificar a região, ataques dos dois lados mostram como nem palestinos nem judeus querem paz. Por exemplo, os últimos incidentes entre os dois lados que começaram a partir do final de dezembro último, onde moradores de comunidades israelenses próximas à Faixa de Gaza enfrentaram uma onda de ataques de foguetes de militantes palestinos, em resposta aos ataques, Israel contra-atacou com bombardeios aéreos e com ofensivas terrestres.
Em suma, o holocausto enfrentado pelos judeus na Segunda Guerra Mundial se repete agora, só que os alemães de outrora são os judeus de hoje no que diz respeito ao poder bélico. Os palestinos estão inferiorizados e precisam buscar a paz a qualquer custo. É o melhor que eles podem fazer, senão, serão esmagados pelos “brimos” com apoio da ONU e do Tio San, se eles persistirem em atacar Israel.

Nilton Carvalho é professor, cabeleireiro, teólogo, historiador. Pós - graduando em Docência Universitária pela Universidade Católica de Goiás. ndc30@hotmail.com

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